MAIS UM TEXTÃO PARA REFLETIR...

"Vale tudo ou vale nada:

  

Jaque foi eliminada e levou consigo o enredo meninas power ranger, girls power, BBB das louras, trio arrasa quarteirão. Enfim, Jaque saiu e mexeu com todo o jogo, da maneira como supúnhamos que mexeria. Mas muito mais rápido do que o esperado. O BBB18 não é jogo para amadores, analistas da primeira hora, observações superficiais e irrelevantes. Teremos que exercitar nossos olhos de lince para entender o jogo e, principalmente, os participantes do programa. Não sei se teremos muito espaço para fandons e endeusamentos rasos e precoces.

Paula ontem quase ficou com Breno. E esse fato colocou muitas pulgas atrás da orelha. Não por ela querer beijar na boca de um cara solteiro, sendo ela também uma mulher solteira, mas pela história que essa atitude conta em suas entrelinhas. Não estou minimamente preocupada com a questão moral dos avanços de Paula e Breno, apesar de achar que foi uma facada no coração de quem vinha buscando demonizar qualquer tentativa de interferência romântica no jogo que não fosse para juntar o possível casal Wagner e Paula. O que as pessoas ainda não perceberam é que no campo amoroso o jogo do BBB18 está mais para vale tudo do que para tudo por amor.

Eu não vi nada de inteligente ou empoderado no jogo da Paula. Jaque é eliminada depois de ficar com Breno, depois de formar uma espécie de triângulo amoroso com Breno e Ana Clara e, saindo a Jaque, Paula decide que beijar a boca do Breno é um bom negócio. Onde está a inteligência e coerência da Paula? Que jogo é esse onde a sedução assume um posto tão importante que as outras possibilidades sequer são consideradas? Onde a sedução é indiscriminada, jogada ao léu para quem quiser e para quem não quiser também. O que existe por trás dessa sedução que quer a todos e parece não querer nenhum de verdade?

Ontem, durante a festa, Paula foi ao banheiro e ficou dançando e sensualizando para si mesma diante do espelho. Olhei aquilo e pensei: Paula tem um sério caso de paixão por si mesma. Não uma paixão que empodera, que afirma o nosso lugar como pessoa dentro da sociedade. Uma paixão meio egoísta, excludente, que manipula o outro ao seu bel prazer. O fundo da questão da sedução da Paula não é uma questão moral e machista, o fundo da questão é a total falta de respeito que ela demonstra pelo sentimento alheio. Não adianta fazer discurso politicamente correto e virar às costas à amiga eliminada menos de um minuto após o anuncio da eliminação. Com doze horas de Jaque eliminada Paula já criticava o comportamento da Jaque no programa, com 24 horas estava quase pegando o boy que até a noite anterior era projeto de romance da dita amiga no jogo. Não posso afirmar que Paula seja assim na vida que leva aqui fora, mas no jogo do BBB a Paula mostrou uma grande capacidade para o descarte, principalmente depois da formação do paredão no domingo.

O público não está fazendo uma leitura correta do que está acontecendo no jogo, estamos diante de personagens atípicos que desconstroem a cada dia as expectativas construídas aqui fora. No momento, não existe no jogo nenhum casal à moda antiga, pode ser até que ele surja, mas precisamos não antecipar um jogo que de fato não está rolando na casa do Big Brother. Diante disso, a Paula não é uma musa esplendorosa, não é das participantes mais bonitas que já passaram pelo programa, ela não é particularmente brilhante, está fazendo um jogo comum, sem vivência, sem emoção, sem química. Paula trafega pela casa de abraço em abraço, abraços sem afeto, abraços sem qualidade. A emoção no jogo da Paula é uma emoção prêt-à-porter. O que fez Paula até o momento que justifique a colocarmos na galeria dos bons jogadores de Big Brother?"

FONTE: DeCaraPraLua